Quase 300 participam de Laboratórios de Fatores Humanos em 2021

A ideia de laboratórios para introduzir e discutir sobre conceitos de Fatores Humanos nas práticas de trabalho se consolidou em 2021. Quase 300 representantes do setor de óleo e gás participaram dos espaços de interação e reflexão da abordagem sistêmica das relações laborais. Idealizados e colocados em prática pelo engenheiro de petróleo José Carlos Bruno e pelo professor Eder Henriqson, em parceria com pesquisadores do HFACTORS e representantes do segmento, o formato deve continuar no próximo ano e encaminhar novas fases.

Os encontros são adaptados ao grupo de profissionais, com aulas online, em que são transmitidos conceitos e informações científicas relacionadas à segurança. Os participantes são provocados a pensar suas práticas atuais e a discutir outras possibilidades de lidar com a rotina, com os procedimentos e com as tomadas de decisão.

Abordagem sistêmica

Os facilitadores contrastam a visão tradicional em relação à segurança com uma visão que considera o contexto para entender os eventos. Ainda hoje é muito comum a adoção de práticas punitivas e a busca por causas isoladas para os problemas. Porém, esse tipo de medida não tem gerado resultados esperados para esse campo.

Por isso, a perspectiva trazida nos laboratórios procura sensibilizar os participantes a observar o desempenho humano nos sistemas complexos como algo condicionado pelo modo como o trabalho está organizado e pela forma que as tecnologias foram projetadas. “Fatores humanos basicamente procura interpretar e entender a relação do humano com tudo aquilo que o cerca”, explica Bruno. Ele acrescenta a necessidade de entender as condições construídas dentro de um sistema que podem levar a um erro e esse erro desencadear um conjunto de fatores responsáveis por uma catástrofe.

Motivação dos participantes

Entre maio e dezembro, foram 13 turmas e um total de 289 pessoas que participaram das aulas e dos debates, somando 152 horas. “O laboratório em si cumpre o seu papel, tanto que a grande maioria das pessoas sai realmente motivada a começar uma jornada”, resume o engenheiro, avaliando que o formato disponibilizado é diferente das ferramentas que incluem apenas textos ou resumos. A discussão promovida permite que os profissionais repensem suas atividades e troquem ideias com seus pares, o que tem gerado um bom engajamento.

Para 2022, a ideia é continuar com os laboratórios e partir para outras fases desse processo, que tem sido chamado de jornada de Fatores Humanos. Após a disseminação dos conceitos, uma das ideias é investir em formação de especialistas em Fatores Humanos para que sejam agentes de compartilhamento e expressão prática dos conceitos. A PUCRS deve ser parceira nisso. Ainda estão nos planos programas de capacitação na área, com possibilidade de experimentação e aplicação em situações concretas de trabalho. 

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