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CIÊNCIA DE DADOS: Dados ajudam a compor modelos para alertar sobre riscos

Transformando informações coletadas em conhecimento útil e aplicável, a Ciência de Dados é uma ferramenta para projetos de pesquisa e até para empresas. Dos dados, é possível extrair ideias para solução de problemas e respostas para diversos tipos de organizações.

Conforme a doutora em Engenheira e Gestão do Conhecimento Viviane Schneider, a Ciência de Dados é uma área da Engenharia e Gestão do Conhecimento. Ela explica que soluções metodológicas ou tecnológicas podem ser identificadas e servir para criar mais vantagem competitiva para empresas e também facilitar o trabalho dos colaboradores, além de explicitar conhecimento e fazer com que ele não seja retido ou perdido.

“Tentamos transformar todos os dados disponíveis em conhecimento específico, que possa instrumentalizar os gestores e os operadores e que seja útil”, afirma. Essa área identifica conhecimentos em fontes diversas, como relatórios, por exemplo. Com técnicas de inteligência artificial, os pesquisadores podem “minerar” documentos para obter elementos que contribuíram para a criação de uma ferramenta, por exemplo.

No caso de indústrias complexas que têm o objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais seguro, a pesquisadora cita exemplos de aplicação, como alertas a partir da indicação de algum fator de risco monitorado por sensores, que podem ser os mais variados, como condições do clima, sintomas de estresse de colaboradores, entre outros. Também é possível identificar informações necessárias em tempo real para desenvolver alguma operação específica e disponibilizá-las de forma mais eficiente.

A equipe em que a cientista de dados trabalha está desenvolvendo um protótipo com a finalidade de identificar fatores humanos lidados a situações de risco. Essas informações ajudam a calibrar um algoritmo capaz de alertar sobre características de determinado contexto que possam mostrar insegurança. Contudo, ressalta que a obtenção e reunião de dados são, muitas vezes, sensíveis, por vários motivos, incluindo éticos, o que dificulta a criação de um modelo, mas não impede que se desenvolva o instrumento e que a própria organização coloque em prática.

A Ciência de Dados é uma das áreas de pesquisa que integra o núcleo HFACTORS, o qual conta com quase 40 profissionais de diferentes formações. Cada grupo atua a partir de uma perspectiva de estudos, mas todos procuram integrar seus conhecimentos em torno de um objetivo comum de pesquisa.

Assista ao vídeo sobre o assunto no nosso canal no YouTube

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ENGENHARIA DO CONHECIMENTO: Pesquisadores identificam conhecimentos para análise de potencial de resiliência

Considerando as diversas aplicações da Engenharia e Gestão do Conhecimento, o uso dessa área de pesquisa com uma perspectiva de Fatores Humanos e Resiliência tem o objetivo de compreender qual o conhecimento habilita as equipes a agirem frente às situações inesperadas. No núcleo HFACTORS, que estuda sistemas complexos, esse entendimento orienta estratégias de preservação do conhecimento e de promoção da aprendizagem organizacional, por exemplo.

“Todo o conhecimento que vai fazer com que a equipe consiga entender que, eventualmente, as circunstâncias mudaram, os motivos da mudança e que habilitem as pessoas a projetar o estado futuro do sistema para que seja possível antecipar e desarmar eventos de segurança”, descreve o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Denilson Sell, que é doutor em Engenharia de Produção e atua no HFACTORS. Na mesma linha, aqueles conhecimentos que habilitem a implementação de respostas frente aos eventos inesperados são determinantes para as respostas resilientes.

“Também nos é bastante importante entender as possíveis fontes e razões de perda e de desperdício de conhecimento na organização”, ressaltou. Segundo o professor, muitas vezes, lições provenientes de acidentes, por exemplo, são perdidas e um evento semelhante pode voltar a acontecer.

Em uma pesquisa, a disciplina costuma capturar pistas do cotidiano do trabalho e extrair conhecimento. “Quando falamos em pistas, estamos tentando entender quais são esses fatores que condicionam o trabalho resiliente e seguro”, ressalta.  Identificadas essas informações, é possível estabelecer indicadores de tendências. “A gente trabalha com os elementos ligados a fatores individuais, organizacionais e ao desenho do trabalho”, diz.

A partir daí, é possível analisar os fatores positivos, negativos e aqueles que possam conferir segurança às operações ou comprometer a segurança no futuro, possibilitando um olhar pró-ativo sobre o sistema. A gestão dos pontos positivos que garantam atividades mais seguras e também a antecipação de potenciais riscos, considerando diferentes fontes de dados, incluindo as percepções dos trabalhadores e da liderança, podem subsidiar intervenções assertivas para a promoção do potencial de resiliência e da segurança.

Essa Engenharia empresta ferramentas e métodos para extrair conhecimentos sobre dados diversos, como relatórios de acidentes e de investigação de acidentes, por exemplo. “Trabalhamos com técnicas de inteligência artificial para poder minerar documentos e relatórios e extrair aqueles elementos latentes que contribuíram, de certa forma, para uma ocorrência.”

Com a visão da engenharia e gestão do conhecimento, os pesquisadores buscam ainda entender de que forma o fluxo da informação e do conhecimento ocorre, ajudando as equipes a terem melhor consciência do que vem acontecendo e as suas falhas, que podem causar algum tipo de variabilidade e pode afetar o desempenho da operação e produzir elementos de risco.

Engenharia e Gestão do Conhecimento são duas áreas complementares que, no núcleo HFACTORS, têm o objetivo de qualificar o trabalho de organizações por meio de ferramentas e conteúdos de diferentes disciplinas.

Assista ao vídeo do professor Sell falando sobre o assunto no nosso canal no YouTube.