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Pesquisadores do HFACTORS participam do CIKI

Com três artigos aprovados, os pesquisadores do HFACTORS participarão mais uma vez do Congresso Internacional de Conhecimento e Inovação (CIKI), que este ano ocorre em formato online.  O grupo deve compartilhar, nos dias 18 e 19 de novembro, alguns dos resultados de análises, além de ferramentas e estratégias desenvolvidas nos últimos anos.

Os pesquisadores Jaime Miranda Junior, Lídia Neumann Potrich e José Leomar Tedesco são os responsáveis pelo texto Classificação das abordagens de Fluxo de Conhecimento por domínio de aplicação: uma análise da literatura. Já o grupo que atua com Engenharia de Resiliência formado por Natália Jaeger Basso Werle, Francisco Schuster Rodrigues, Eder Henriqson e Rafael Trancoso irá apresentar o trabalho Uma perspectiva sobre investigações de acidentes na indústria de óleo e gás. Um terceiro artigo, Potenciais aplicabilidades de tecnologias digitais: um estudo sobre wearables na indústria de óleo e gás, foi escrito por Jane Lucia S. Santos, Maria Angelica Jung Marques, Denilson Sell e Heron Jader Trierveiler.

Sobre o evento

Com o tema “Sociedade Digital para o Desenvolvimento Sustentável”, o CIKI é um evento itinerante promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Já passou por diferentes países, como Espanha, Equador, Colômbia, México, Panamá, além do Brasil. A última edição presencial antes da pandemia ocorreu em 2019, na PUCRS, em Porto Alegre. Este ano a organização é do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento nas Organizações (PPGCO), da Universidade Cesumar (Unicesumar). 

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COP26: meta de redução de carbono nas indústrias

Dentre os debates da Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), realizada na Escócia até quinta-feira (11), está a redução de emissão de gases poluentes. A meta é eliminar o carbono até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e até 2040 para todos os demais.

O setor de óleo e gás, que é um dos estudados pelo núcleo HFACTORS, está entre os que precisam se adaptar. Nos últimos anos, a indústria tem investido em pesquisa nessa área para diminuir o impacto e também para aumentar a competitividade.

Captura e armazenamento de carbono

Doutora em Biologia, Rosana Halinski, que integra o HFACTORS, explica que a redução pode ser feita de inúmeras maneiras, como a captura e armazenamento de carbono. “Nas operações da indústria de óleo e gás, é possível ainda investir na eficiência energética, na redução de metano e na minimização de flaring”, explicou.

Outro recurso lembrado pela pesquisadora é o uso de energias renováveis e cogeração de eletricidade e calor. “A utilização de hidrogênio, estabelecendo uma cadeia de valor para a economia de baixo carbono é outra alternativa.” 

Pesquisa

O Brasil tem tradição na pesquisa relacionada à tecnologia de produção de petróleo e, nos últimos anos, tem valorizado as investigações relacionadas à sustentabilidade. A historiadora Naida Menezes, que é doutora em Sociologia e pesquisadora do HFACTORS, tem se dedicado ao estudo sobre esse mercado.

Ela identificou que o alto investimento em soluções tecnológicas e em capital intelectual é um fator que contribuiu para a exploração offshore desde a década de 1960. “Além disso, hoje favorece os projetos de superação dos limites geográficos em direção às águas ultra profundas”, concluiu. A meta do setor, portanto, é continuar explorando para atender ao mercado, mas cumprindo a meta ambiental.

Engenharia e Gestão do Conhecimento orientam estratégias nas organizações

Engenharia e Gestão do Conhecimento são duas áreas complementares que, no núcleo HFACTORS, atuam juntas. Ambas têm o objetivo de qualificar o trabalho de organizações por meio de ferramentas e conteúdo de diferentes disciplinas.

A Gestão do Conhecimento pode ser definida como o processo de criar, compartilhar, usar e gerenciar o conhecimento de uma organização.  É uma abordagem interdisciplinar que visa alcançar seus objetivos organizacionais por meio das melhores práticas do uso de informações. Assim, o principal foco é conectar as fontes de geração com as necessidades de aplicação do conhecimento.

Esse propósito é formado por quatro objetivos:

Capturar o conhecimento: criação de um centro para armazenar informações que possam ser resgatadas facilmente e em qualquer momento;

Melhorar o acesso ao conhecimento: facilitação de acesso e da transferência entre as pessoas;

Aprimorar o ambiente organizacional: incentivo ao compartilhamento do conhecimento entre as pessoas;

Valorizar o conhecimento disponível: incluir o capital intelectual nos balanços corporativos.

Focada em resolver as limitações culturais do desenvolvimento corporativo, a Engenharia do Conhecimento também atua com uma perspectiva interdisciplinar. Essa área está voltada para criar valor a partir da análise e identificação dos problemas relacionados à gestão e à criação e implementação de soluções para resolvê-los.

A Engenharia e Gestão do Conhecimento busca entender de que forma o fluxo da informação e do conhecimento ocorre, ajudando as equipes a terem melhor consciência do que vem acontecendo e as suas falhas, que podem causar algum tipo de variabilidade e pode afetar o desempenho da operação e produzir elementos de risco.

Desenvolvimento em Fatores Humanos

Reunindo os temas que emergem das pesquisas em sistemas complexos, a área de Desenvolvimento em Fatores Humanos tem o objetivo de estudar e implementar mudanças que contribuam para a qualificação do trabalho das organizações. Ao priorizar uma visão interdisciplinar, todas as áreas do conhecimento que compõem o núcleo HFACTORS participam das análises e da criação de soluções para o fortalecimento da cultura de segurança.

O trabalho ocorre de maneira integrada entre pesquisadores e representantes de organizações tanto para identificar o que precisa ser desenvolvido, como para desenhar modelos de intervenção. Atualmente, os esforços estão dedicados às áreas de Habilidades Não-técnicas, Resiliência, Fatores Humanos e Liderança.

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Professores do HFACTORS lançam livro sobre resiliência na Era Digital

Uso de tecnologias para melhorar a segurança no futuro é um dos temas do livro Resilience in a Digital Age: Global Challenges in Organisations and Society. A publicação da editora Springer reúne várias abordagens sobre o assunto trazidas por especialistas mundiais em resiliência. Como organizadores, a obra tem dois pesquisadores do HFACTORS, os professores Éder Henriqson e Paulo Maurício Selig, além da fundadora e presidente da Associação do Capital Intelectual, Florinda Matos.

A resiliência é tratada pelos três como a chave para o futuro. Já as pessoas, segundo eles, estão na base das transformações. O livro fornece ainda exemplos e estudos de caso sobre resiliência e novos modelos de negócios, além de destacar a importância de construir organizações resilientes para se adaptarem a eventos ou crises inesperadas.

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Oficinas interdisciplinares são fonte de aprendizagem e de inovação

A realização de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) envolvendo múltiplas disciplinas e áreas de conhecimento é algo desafiador e, ao mesmo tempo, apresenta várias possibilidades de aprendizagem e inovação. A coprodução de conhecimentos entre as várias equipes e áreas de conhecimento, por exemplo, é algo que pode ser promovida e facilitada por meio da utilização de diversas ferramentas e espaços colaborativos.

Dependendo da fase de execução de um projeto de P&D, esses espaços podem ser mecanismos para o compartilhamento de informações e conhecimentos entre disciplinas, discussão de problemas e construção de soluções a partir da conexão ou integração de abordagens teóricas, métodos e resultados de pesquisa.

HFACTORS


Desde a sua formação, o núcleo HFACTORS tem realizado várias atividades com essa proposta. Entre as ferramentas e espaços implementados para trabalhar em conjunto e reunir diferentes equipes, estão as Oficinas Interdisciplinares. Elas podem ter variados formatos e sua dinâmica, geralmente, é organizada segundo objetivos preestabelecidos pela coordenação.

Em agosto de 2021, ocorreu a Oficina Interdisciplinar que contou com a participação de quase 40 pesquisadores de diferentes equipes integrantes do HFACTORS. De forma online, os pesquisadores buscaram identificar pontos de integração dos resultados da pesquisa exploratória realizada entre 2020 e 2021 na indústria de óleo e gás no Brasil. Foram discutidos potenciais conexões de conhecimentos e identificaram formas de relacioná-los, visando possíveis aplicações em sistemas sociotécnicos complexos.

A atividade foi organizada em torno das seguintes temáticas: “fundamentos e princípios de fatores humanos”, “desenvolvimento de lideranças” e “fatores contribuintes para respostas resilientes”. A dinâmica da oficina aconteceu em três momentos. Inicialmente, cada temática foi apresentada por um pesquisador (bolsista de doutorado ou pós-doutorado) destacando os principais aspectos da análise realizada previamente por um grupo de trabalho interdisciplinar. Em um segundo momento, houve debates em pequenos grupos (uma sala para cada temática), onde os participantes tiveram oportunidade de manifestar sua opinião e agregar outras análises, de modo a gerar insights para as próximas agendas da pesquisa. Ao final, um representante de cada sala fez um relato para todos os participantes abrindo a oportunidade para comentários e sugestões.

Avaliação


Segundo o coordenador do HFACTORS, professor Eduardo Giugliani, a coprodução durante a oficina interdisciplinar consagra um momento importante de interdisciplinaridade. A avaliação, realizada por meio de um questionário respondido pelos participantes, apontou que os times conseguiram cumprir seus objetivos, mas a ampliação do tempo de discussão, por exemplo, foi apontada como uma demanda dos participantes e sugestão para próximas oficinas.

Segundo a doutora em Engenharia e Gestão de Conhecimento Jane Lucia S. Santos, que integra a coordenação do núcleo de pesquisa, a interdisciplinaridade é um processo de aprendizagem, que acontece de forma cíclica. “Devemos continuamente investir mais tempo, esforço e ferramentas, de modo que se torne orgânico e imbricado naturalmente nas nossas atividades”, disse. Neste sentido, o HFACTORS continua implementando e criando diversos espaços que promovam e facilitem a coprodução de conhecimentos entre equipes, disciplinas, áreas de pesquisa e, até mesmo, organizações.

Sistemas resilientes devem desarmar, recuperar e adaptar diante das falhas

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Usado, normalmente, para indicar adaptabilidade ou capacidade de superar as dificuldades, o termo resiliência tem sido cada vez mais usado nos estudos sobre segurança em organizações. Algumas áreas do conhecimento têm se dedicado a entender como as pessoas e os sistemas organizacionais reagem à pressão.

Analisando os tipos de resposta para problemas em sistemas sociotécnicos complexos, o decano da Escola de Negócios da PUCRS e pesquisador do núcleo HFACTORS, Éder Henriqson, explica que sempre há incerteza e risco. “É necessário compreender como o projeto desses sistemas deve garantir capacidades de desempenhar com segurança”, ressalta.

Segundo ele, a resiliência é um termo usado em muitas disciplinas, tais como a Ecologia, a Psicologia e a Física. No entanto, observando uma abordagem em Fatores Humanos, os estudos contemplam um olhar sistêmico a partir do desempenho individual e organizacional nos contextos de trabalho.

Tipos de resposta diante dos riscos

Frente uma perturbação – condição de emergência – um sistema pode manifestar, pelo menos, três tipos de resposta. Entre elas, está o desarme (evitar um problema que poderia acontecer ou desarmar efeitos cascatas de um problema que ocorreu), a recuperação (retornar ao estado original do funcionamento) ou a adaptação (mudar sua condição de funcionamento e operação, reconfigurando recursos e competências). 

Tais respostas são exemplos de manifestações ou comportamentos resilientes do sistema, em que os estudos buscam compreender como as operações são mantidas e a aprendizagem ao fazer isso. Henriqson lembra que as habilidades não-técnicas, como a tomada de decisão e a liderança são recursos individuais para o enfrentamento de erros e possíveis ameaças.

HFACTORS e Resiliência

O HFACTORS (Human Factors and Resilience Research) é um grupo de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, que tem se dedicado a estudar, a partir de projetos de P & D, maneiras de criar ambientes de trabalho mais resilientes, e dessa forma, criar uma cultura de segurança fortificada, principalmente na indústria de óleo e gás.

Abordagem de Fatores Humanos contribui para abrangência de pesquisas

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Fatores Humanos são condições que influenciam o comportamento no trabalho, afetando, além do desempenho, a segurança e a saúde do trabalhador. Entretanto, este é um conceito que vai muito além disso e possibilita tanto o estudo como a aplicação em diferentes atividades do dia a dia. 

A equipe do núcleo de pesquisa HFACTORS tem usado os fundamentos desse conceito como base para estudar e desenvolver soluções no fortalecimento da cultura de segurança em sistemas sociotécnicos complexos. Um dos seus integrantes, o decano da Escola de Negócios da PUCRS, Éder Heriqson, explica que Fatores Humanos é uma forte abordagem interdisciplinar que observa a relação interativa entre as pessoas e os sistemas que os cercam, buscando compreender, o condicionamento dos desempenhos.

A professora da Escola de Humanidades da PUCRS Inês Amaro da Silva, que também é pesquisadora do HFACTORS, afirma que Fatores Humanos se expressa na interação do homem com o ambiente de trabalho, incluindo os fatores ambientais e organizacionais. “São as características individuais e humanas, as quais influenciam no comportamento no trabalho de forma a afetar a segurança”, resume.  

Ainda conforme a professora, Fatores Humanos aparece frequentemente relacionado com resiliência em pesquisas científicas, especialmente quando se observa as estratégias usadas pelos trabalhadores para lidar com as adversidades.

Resiliência em Fatores Humanos 

O conceito de resiliência está relacionado à capacidade do indivíduo em lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Mas qual a relação de resiliência e Fatores Humanos? Para Heriqson, pensar nesses conceitos em uma atuação mútua pode ser vantajoso em diversos sentidos: 

“A resiliência em Fatores Humanos orienta-se como uma abordagem sistêmica de estudo dos condicionantes da performance humana e das capacidades de concretização de respostas frente aos enfrentamentos emergentes de residuais de incerteza e risco”, afirma. Isso é visto ainda promovendo habilidades não-técnicas, tais como a tomada de decisão, a coordenação e a liderança para o gerenciamento de erros e ameaças.

Fatores Humanos no ambiente de trabalho 

A partir do conceito já identificado do termo Fatores Humanos, precisamos entender a real importância de fomentar e desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento nessa área para o mercado de trabalho. “Considerando a natureza interdisciplinar de Fatores Humanos, o olhar das Ciências Humanas, e mais especificamente do Serviço Social,  privilegiamos a visão da totalidade do processo e das relações de trabalho para a efetividade da segurança”, descreve Amaro da Silva.

As novas abordagens de estudos vinculados às realidades de ambientes de trabalho com operações complexas e de alto risco buscam identificar elementos que contribuam para construir, aprimorar e/ou consolidar uma cultura de segurança no trabalho. Tudo isso visando a diminuição de exposições ao risco, prevenção de acidentes e proteção aos trabalhadores.

HFACTORS e Fatores Humanos 

O HFACTORS (Human Factors and Resilience Research) é originado de um grupo de profissionais e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, que vêm estudando maneiras de aplicar Fatores Humanos em ambientes de trabalho de risco, a partir de projetos de P&D. Dessa forma, busca criar uma cultura de segurança fortificada, principalmente na indústria de óleo e gás.