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Conteúdos acessíveis auxiliam na disseminação de conhecimento científico

Com o objetivo de disseminar conhecimento científico, o núcleo HFACTORS criou um Grupo de Mídias, que vem trabalhando para tornar os conteúdos de pesquisa mais próximos do grande público. “Normalmente as pesquisas são inacessíveis, ou pelo lugar em que são publicadas, ou pela linguagem que é muito específica. Nós produzimos materiais em diferentes formatos, incluindo textos e vídeos, usando linguagem fácil”, explica a jornalista e pós-doutoranda Karina Reif, que integra o grupo. 

Conforme a também jornalista e pós-doutoranda Kamila Almeida, a formação de uma equipe focada em propagação de resultados é algo bastante inovadora. No grupo, estão profissionais de comunicação e também integrantes de outras áreas do conhecimento. A ideia é de que a compreensão do campo de estudos e seu contexto seja mais ampla. Assim a escolha dos conteúdos e as abordagens são resultado da colaboração de várias disciplinas. 

“A equipe interdisciplinar é, sem dúvida, um importante diferencial, permitindo olhares diversos e, ao mesmo tempo, complementares, em um processo de pesquisa com essa complexidade e proposta metodológica”, afirma o professor Eduardo Wannmacher, pesquisador do HFACTORS. Segundo ele, a produção de vídeos, no contexto da pesquisa, teve desafios, principalmente na adaptação de conceitos. “Foram criados vídeos curtos para diferentes públicos, que serviram como ferramentas metodológicas de discussão e informação”, lembra. Nesse sentido, o professor entende os conteúdos como gatilhos para atividades posteriores, suscitando debates e novos olhares. 

Os canais abertos (YouTube, LinkedIn e Blog) reúnem informações sobre a abordagem de Fatores Humanos que o núcleo de pesquisa utiliza. Também divulga a atuação das diferentes áreas e a forma como os pesquisadores do HFACTORS trabalham e os métodos que utilizam. Além disso, o objetivo é impactar trabalhadores das organizações pesquisadas por meio da compreensão dos resultados.  “Os conteúdos, de alguma forma, podem fortalecer a cultura de segurança, principalmente nos ambientes críticos”, ressalta Almeida. 

Associado a isso, Wannmacher observa que os materiais ainda servem como memória do trabalho, pois são registros de etapas de pesquisa. “Como professor da PUCRS, foi importante acompanhar profissionais e estagiários de diferentes cursos que passaram pelo projeto e que tiveram a oportunidade de participar de um processo criativo desse porte. Percebe-se o potencial dos conteúdos e o legado do Grupo de Mídias, nos registros de texto, fotografia e vídeo, na assessoria de imprensa e no trabalho de divulgação das redes sociais”, declara. 

Outro canal de transmissão de conhecimento é um documentário que retrata a experiência de trabalhadores de uma das pesquisas do núcleo. Liderado pelo professor Hermílio Santos, que é integrante do HFACTORS, o projeto audiovisual conta com a colaboração de Kamila Almeida no roteiro, na produção e na edição.  “Com a Sociologia Visual, conseguimos preparar materiais a partir do que é visto em campo, primeiro entendendo o contexto vivenciado pelos entrevistados , seus métodos de trabalho, suas motivações e interesses”, complementa Almeida.

O Grupo de Mídias trabalha em conjunto com outras áreas de pesquisa, como a Sociologia, o Serviço Social, a Engenharia de Resiliência e a Psicologia, entre outras. Os profissionais com diferentes formações atuam utilizando uma abordagem de Fatores Humanos.

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PUCRS conclui pesquisa sobre segurança na área de óleo e gás com base em conceitos de Fatores Humanos

Crédito: Eduardo Wannmacher

Projeto contratado pelo consórcio Libra-Petrobras e ANP contou com mais de 40 pesquisadores e identificou dinâmicas de trabalho e fatores para otimizar o sistema offshore

Um seminário realizado no Rio de Janeiro hoje marcou a finalização da pesquisa conduzida pela PUCRS em parceria com o consórcio Libra-Petrobras e apoio da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Durante três anos, cerca de 40 pesquisadores de várias áreas do conhecimento se dedicaram a estudar o campo de exploração de petróleo em alto mar e propor ferramentas para melhorar a segurança. Novas fases do trabalho estão sendo negociadas para que os avanços sigam ocorrendo no setor.

Uma primeira etapa do projeto já havia ocorrido entre 2017 e 2018, após anos de negociação com o consórcio, com o objetivo de definir e ajustar o foco da pesquisa. A fase concluída agora “Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás” teve seu começo em 2019 com a mesma abordagem, a qual reconhece as organizações como ambientes sociotécnico complexos, envolvendo diversos fatores atuando simultaneamente no sistema organizacional das empresas.

Para identificar as especificidades da indústria de óleo e gás, o projeto contou com pesquisadores de áreas como Engenharia de Resiliência, Sociologia, Engenharia e Gestão do Conhecimento, Serviço Social, Sociologia, Linguística, Psicologia e Comunicação. Foram usados métodos quantitativos e qualitativos, incluindo questionários, diversos tipos de entrevistas, story telling, grupos focais e observações de campo, entre outros. A soma chega a mais de mil horas de gravações, centenas de pessoas entrevistas e dezenas de documentos analisados.

Tudo isso resultou em temas considerados prioritários para se trabalhar com a organização, já que o projeto ocorreu com a participação de representantes da indústria, caracterizando a transdisciplinaridade do processo de pesquisa aplicado. Os pesquisadores identificaram que havia demandas técnicas e não-técnicas para melhorar a cultura de segurança. Assim, foram formados grupos de trabalho para atuar nas áreas, como por exemplo: princípios e conceitos de fatores humanos, liderança, investigação de acidentes, comunicação, cultura justa e autocuidado.  

À medida que as ferramentas eram delineadas, os trabalhadores do setor procuraram identificar sua aplicabilidade, revisão e melhorias. Em alguns casos, os profissionais da indústria de óleo e gás aplicaram as sugestões de forma piloto e adaptaram para a realidade local.

Disseminação de conhecimento

Ao longo do contrato do projeto, também foram desenhadas estratégias para a disseminação do conhecimento gerado pela pesquisa. Neste sentido, foram elaborados vídeos, documentário, site e matérias jornalísticas, além de uma plataforma interativa para ampliar a sinergia de acadêmicos e pessoas que atuam neste mercado.

Boa parte dos pesquisadores do projeto esteve na sede do Rio hoje para discutir os resultados do trabalho com o setor. No local, estavam também disponíveis posters com resumos da produção científica alcançada ao longo da pesquisa: seis teses de doutorado, duas dissertações de mestrado, 27 artigos, e dois capítulos em livro internacional.

Cabe destaque para dois legados frutos da pesquisa. Um deles é a constituição de um Centro de Referência em Fatores Humanos e Resiliência na PUCRS, lançado ao final de 2021 – HFACTORS – Human Factors and Resilience Research. O outro é a criação de um Programa de Pós-graduação em nível de Especialização – Fatores Humanos e Segurança Operacional, atualmente em sua 1ª Edição. O curso é pioneiro no Brasil.

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Aproximação de campo de estudos continua sendo importante na fase final de pesquisa

O principal projeto do núcleo HFACTORS começou com pesquisa exploratória de reconhecimento do ambiente estudado, dinâmicas e especificidades do setor offshore. A partir daí, as fases de análises e de propostas de ferramentas para fortalecer a segurança foram desenvolvidas, sempre com a participação de quem trabalha na área. A vivência das rotinas e a aproximação do campo é muito importante para os pesquisadores, inclusive na etapa mais próxima da conclusão de todo o processo.

As pós-doutorandas Karina ReifNaida Menezes e Priscila Susin retornaram a uma unidade de produção para fazer entrevistas e identificar a aplicabilidade de uma técnica formulada para ser usada em investigação de acidentes. Além disso, elas acompanharam como ocorre a comunicação durante operações da plataforma, fizeram observação participante e apresentaram parte da pesquisa aos trabalhadores embarcados. 

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Festas de final de ano de embarcados são registradas para documentário

Com o objetivo de mostrar o cotidiano de trabalhadores offshore, a equipe do HFACTORS tem entrevistado representantes do setor e registrado uma rotina pouco conhecida de atividades realizadas no mar, em que é necessário ficar distante de casa por semanas. Como o serviço não para, as festas de final de ano, por exemplo, são realizadas dentro de plataformas de perfuração e produção com os colegas.

O pesquisador e diretor do documentário Embarcados, professor Hermilio Santos, esteve em uma unidade para vivenciar e também filmar o Natal dessas pessoas. “É importante registrar para identificar como as plataformas e suas equipes atuam para mitigar a ansiedade própria desses momentos”, ressalta. O filme também mostrará como a rede de apoio dos trabalhadores lida com a distância e outras especificidades.

Até o final de janeiro, o teaser do documentário deve ficar pronto, com relatos e imagens dos profissionais, das suas famílias e do ambiente e suas dinâmicas. O roteiro e a edição são da pesquisadora Kamila Almeida.

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Pesquisadora do HFACTORS compartilha conhecimentos com alunos na Alemanha

A pesquisadora do HFACTORS Priscila Susin esteve no 27th International Week Faculty of Social Work & Health, na Alemanha, para compartilhar conhecimentos sobre métodos sociológicos. Ela foi como professora convidada da Universidade de Ciências Aplicadas de Frankfurt (FRA-UAS) para participar da semana Meeting Challenges Across Borders, quando dividiu experiências com alunos de várias nacionalidades sobre pesquisas interdisciplinares e o uso de metodologias interpretativas em diversos contextos. Também ministrou um workshop sobre métodos participativos de pesquisa.

No período, a pesquisadora, que é psicóloga, mestre e doutora em Ciências Sociais, teve contato com professores experientes de países como Marrocos, Estados Unidos, Namíbia, Índia e Lituânia. Ainda dividiu uma aula com a professora Orit Nuttman-Shwartz, da Sapir College, de Israel. “Ela trabalha com os efeitos traumáticos dos eventos de guerra na faixa de Gaza. Falamos sobre métodos de pesquisa em ambientes hostis e sobre ser pesquisadora e ao mesmo tempo vivenciar estes eventos traumáticos”, explicou, afirmando que foi uma semana muito rica e de troca de aprendizados.

Susin utiliza essas técnicas no HFACTORS, desde 2017, para analisar as dinâmicas envolvidas no trabalho offshore. Ela faz parte do grupo de Sociologia do núcleo HFACTORS e ajudou a desenvolver uma ferramenta de entrevistas para ser utilizada em investigações de eventos de segurança no setor de óleo e gás.

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Equipe faz gravações em Macaé para documentário

Fotos: Kamila Almeida

Os últimos dias foram intensos com gravações para o documentário “Embarcados – cotidiano de trabalhadores offshore”. A equipe do HFactors esteve em Macaé para conhecer as histórias das famílias de quem trabalha a bordo. São relatos emocionantes de saudade, de cumplicidade, de amor e de propósito.

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HFACTORS participa de conferência no Rio

Os pesquisadores do HFACTORS Priscila Wachs e Gean Carlos Tomazzoni estão no International Deepwater Drilling & Human Performance Conference (IADC) no Rio de Janeiro, representando o núcleo. Na conferência, são discutidas práticas de fatores e humanos e segurança na indústria de óleo e gás no Brasil e no mundo.

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Coprodução é intensificada em workshops

Nos últimos meses, o HFACTORS vem consolidando ferramentas para serem aplicadas na indústria de óleo e gás a partir da coprodução. Isso quer dizer que as soluções são produzidas junto com os trabalhadores que irão utiliza-las. Um exemplo disso são workshops realizados com trabalhadores para pensar alternativas a serem usadas em investigações de eventos de segurança.

Em novembro, um grupo de pesquisadores esteve no Rio de Janeiro apresentando e adaptando uma técnica de entrevista, que tem o objetivo de coletar informações de pessoas que tenham participado ou testemunhado acidentes de segurança. A diferença de outras maneiras de entrevistar é que essa tem um formato mais aberto e valoriza a experiência e não a conformidade. Na mesma linha, o segundo encontro, na semana passada, teve foco na fase de análise dos dados com um método sistêmico de representação da trajetória de acidentes, o Accimap.

Durante todo o processo de pesquisa, iniciado formalmente em 2017, mas que incluiu negociação anos antes, o setor de óleo e gás tem participado ativamente, o que a pesquisadora de pós-doutorado Maria Angélica Jung Marques considera essencial. “Para se chegar a soluções de qualquer área, a coprodução vai propiciar um novo conhecimento útil para aquele contexto, aquele problema e aquele tempo”, explica. Segundo ela, os problemas do mundo real são cada vez mais complexos e a forma integrada e inclusiva de se pensar em alternativas auxilia a enfrentar as dificuldades.

“Para o nosso projeto, o olhar da coprodução oferece soluções para dificuldades complexas e dependentes de contexto, que necessitam de conhecimentos a partir da ciência e da contribuição dos atores do trabalho”, descreve. 

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HFACTORS no Summit em Lisboa

Foto: Eduardo Giugliani

O coordenador do HFACTORS, Eduardo Giugliani, esteve no Web Summit, em Lisboa, representando o núcleo. Além de conhecer diversas iniciativas internacionais, ele tem feito conexões e estreitando relações com organizações que buscam trabalhar com Fatores Humanos e Resiliência.

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Representantes do consórcio Libra Petrobras visitam Tecnopuc e PUCRS

Representantes do consórcio Libra Petrobras conheceram a estrutura e alguns projetos do Tecnopuc ontem e hoje (21), além de visitar laboratórios da Escola Politécnica na PUCRS. Eles haviam participado do III Seminário HFACTORS: Práticas em Fatores Humanos e Resiliência voltadas à Segurança na Indústria de Óleo e Gás, realizado durante a semana, quando interagiram com pesquisadores e discutiram resultados de uma pesquisa conduzida nos últimos três anos.

O coordenador-geral do projeto Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás, professor Eduardo Giugliani, que também é diretor do Ideia Centro de Ciência & Tecnologia apresentou a história do Tecnopuc para os convidados, incluindo o gerente executivo de Libra, Ricardo Morais, e mostrou laboratórios, como o Crialab, para representar as parcerias que as iniciativas do parque têm com empresas e com o poder público.

Após conhecer os principais prédios, o grupo seguiu para a Escola Politécnica, em um passeio orientado pela decana Sandra Mara Oliveira Einloft. A instituição tem história de pesquisas com a Petrobras. Os convidados ainda passaram pela Faculdade de Ciências Aeronáuticas, onde o coordenador do curso, Lucas Fogaça, fez uma demonstração de voo no simulador.

O projeto em parceria com o consórcio Libra Petrobras foi iniciado formalmente em 2017, após anos de negociação. A atual fase, que começou em 2019, contou com mais de 40 profissionais de ciências humanas, ciências sociais aplicadas e ciências exatas, atuando interdisciplinarmente.