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Live promove debate sobre o erro na cultura de segurança das organizações

O erro humano no ambiente de trabalho é muitas vezes tratado como o responsável por resultados negativos das instituições. Contudo, um olhar para o sistema organizacional pode mostrar outras causas para as falhas e também para os acertos. É sobre esse tema que o integrante do núcleo HFACTORS professor Eder Henriqson e o engenheiro de petróleo da Petrobras José Carlos Bruno irão debater na próxima quarta-feira (15). Ambos participarão de uma live com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da PUCRS, a partir das 11h.

A intenção é discutir os processos laborais ligados a condições humanas, suas relações com os demais fatores que interferem no trabalho e a cultura de segurança. Dentre as questões a serem discutidas, estão: Será que é o erro humano que impede o crescimento das organizações? É mais importante entender o erro ou o acerto humano? São as pessoas que tornam o ambiente de trabalho mais seguro?

A conferência será destinada principalmente àqueles que têm pesquisado sobre a temática da cultura de segurança. Também pode interessar a gestores, trabalhadores de ambientes de risco, como hospitais, hidrelétricas, mineradoras, setor da construção civil, de óleo e gás, aviação e profissionais da área de segurança operacional.

Lançamento do núcleo e da plataforma

Na oportunidade, o coordenador do HACTORS, professor Eduardo Giugliani, apresentará o núcleo de pesquisa ao público, apresentando sua história e campo de atuação, além das redes sociais do grupo que é interdisciplinar e conta com mais de 40 colaboradores. Além disso, será lançada a plataforma de compartilhamento e interação criada pelo HFACTORS, que já está no ar:

A live pode ser acessada no dia da apresentação (15 de dezembro), às 11h, pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=3A9zure-a54

Equipe HFACTORS: na trilha da interdisciplinaridade

Equipe HFACTORS: na trilha da interdisciplinaridade

Relativamente recentes, as pesquisas que reúnem mais de uma área do conhecimento, visando resultados conjuntos e não apenas lineares e disciplinares, tendem a ser grandes desafios. O maior deles é unificar as visões de mundo em busca de um resultado novo. Integrantes do núcleo HFACTORS, sediado na PUCRS, que tem em suas bases mais de 40 profissionais com diferentes formações e campos de atuação, os professores Beatriz Gershenson e Paulo Selig entendem que a concretização da interdisciplinaridade ocorre por meio de processo, envolvendo aprendizado para o time participante, com potencial de alcançar dados transformadores sobre o tema estudado.

“Normalmente, passamos por fases, começando por um período de pouca confiança, por falta de conhecimento das particularidades de cada disciplina”, afirma Gershenson, que é doutora em Serviço Social e professora titular da Escola de Humanidades da PUCRS. Ela diz que a transformação do grupo é subjetiva e ainda inclui incertezas sobre as especificidades de cada área até chegarem os questionamentos. “As interrogações permitem o reconhecimento das limitações compartilhadas e também independentes de cada área, pois elas são impostas pela própria realidade”, explica.

Aprendizados e frutos

Doutor em Engenharia de Produção, Selig, que tem em sua experiência a fundação de um programa de pós-graduação com propósito interdisciplinar, acrescenta que a busca pela integração nunca acaba e, ao longo do caminho, vão surgindo os aprendizados e novos frutos. Como exemplo, ela cita a gênese do núcleo HFACTORS.

“No início, houve dificuldade de linguagem e de reconhecer um ao outro em sua cientificidade”, afirmou. No entanto, avaliou, o grupo tem feito esforços de colaboração conjunta, testando metodologias de integração, que deveriam, inclusive, ser documentadas. “Experiências de projetos interdisciplinares são poucas pessoas que têm. É algo razoavelmente novo. Isso tem que ser valorizado”, ressaltou.

Sobre isso, Gershenson observa que os pesquisadores desse e de outros projetos interdisciplinares têm uma oportunidade de fazer o que se sabe no campo da ciência para que ela seja útil e se converta em avanços. Porém, para que isso aconteça deve haver renúncia de autoridade ou hierarquia entre as ciências. “É preciso ter humildade para chegar ao ponto de reconhecer o que não se sabe e olhar para a realidade em conjunto da maneira como ela se impõe.”

Caso do núcleo de pesquisa

Ao longo do processo de trabalho do HFACTORS, que iniciou formalmente em 2017, se reconheceu também a necessidade de inclusão de outras disciplinas, como Psicologia e Comunicação. Selig, que atualmente é professor vinculado ao programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explicou que a escolha das áreas que devem integrar uma pesquisa com viés interdisciplinar tem relação com o tema trabalhado.

No caso do HFACTORS, tudo começou com um objetivo de se estudar e melhorar a segurança de um segmento da indústria. Nesse sentido, os estudos de fatores humanos foram aderentes a esse propósito. Vieram também profissionais de Engenharia de Resiliência, de Conhecimento, de Sociologia, de Serviço Social e de Biologia para reconhecer o sistema pesquisado e encontrar soluções.

Conhecimentos complementares

Reforçando a máxima de que os conhecimentos são complementares, Gershenson ressalta: “Costumamos trabalhar com a ideia de mediações para alcançar a realidade, que é sempre mais complexa do que parece. E, para isso, não haverá como uma área de conhecimento dar conta sozinha. A realidade não pertence a caixinhas.” Esse processo é ainda mais difícil porque, na constituição das ciências, os objetos de estudos e ferramentas foram compartimentados. O trabalho agora é continuar na contramão da lógica competitiva estimulada em várias organizações para juntar esforços.

O grupo vem dando passos para a interdisciplinaridade e também se aproximando de um conceito de pesquisa mais novo: a transdisciplinaridade. “Está na linha de resultados com coprodução, com objeto comum e múltiplos atores, mas com uma finalidade maior, que transborda a pesquisa”, observou Selig. No caso do HFACTORS, a participação de representantes da própria indústria na produção e aplicação dos resultados é um ganho. “Não garantimos que terá um resultado melhor, mas a abordagem diferente pode trazer resultados inovadores.”

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Equipe do HFACTORS começa filmagens de documentário

Com gravações iniciadas esta semana no Rio de Janeiro, a primeira etapa de um projeto audiovisual e documental do HFACTORS ganha forma. A produção, dirigida pelo professor da PUCRS Hermílio Santos, trará informações sobre o contexto e as vivências de trabalhadores offshore da indústria de Óleo e Gás no Brasil. Com o objetivo de retratar, com um viés biográfico, a rotina e os aprendizados desse público, o documentário deve trazer um ponto de vista mais humano do setor, que é tema de uma pesquisa desenvolvida pelo núcleo desde 2017.

Produção do documentário

Esta semana, a produção, que também conta com a pós-doutoranda Kamila Almeida, está registrando um dos processos que os trabalhadores participam para embarcar nas plataformas de petróleo: o curso de salvatagem (CBS -Curso Básico de Segurança de Plataforma). Eles aprendem, por exemplo, técnicas de combate a incêndios, de evacuação e de resgate em alto mar. Os ensinamentos são necessários a todos que desejam passar por esse ambiente. O prazo de validação é de cinco anos. Após esse período, é preciso repeti-lo.

Para Hermílio Santos, esse segmento e o trabalho dos embarcados são de muita importância para a economia do Brasil. “Depende-se dessa indústria e nós brasileiros sabemos pouco das pessoas que atuam nesse setor, do que elas passam, das experiências e das singularidades”, afirma.

Considerando que os embarcados normalmente têm dificuldades de expressar as peculiaridades do trabalho para pessoas de fora do meio, o documentário possibilitaria uma acessibilidade à população e aos próprios envolvidos na área a uma compreensão desse universo. A intenção é ainda mostrar as expectativas durante o curso de salvatagem e o início da carreira.

Objetivos e consolidação do produto

Com foco na segurança e na resiliência, pontos-chave da pesquisa do núcleo HACTORS, a busca pela transmissão de conhecimento a esses profissionais pode refletir em uma maior valorização do trabalho, tanto pelos envolvidos, como pelo público em geral. Santos acrescenta que os próprios embarcados ficaram entusiasmados e lisonjeados com a possibilidade de saírem da invisibilidade que achavam que se encontravam, mostrando essa realidade às famílias, que também não têm acesso às suas rotinas offshore.

O desenvolvimento das filmagens seguirá um formato de “núcleos argumentativos”. Um deles será um retrato de carreira de um profissional embarcado, incluindo a realização do curso de salvatagem e o processo de recrutamento. Em outra etapa, ocorrerá o acompanhamento de profissionais que desempenham tarefas de risco. O terceiro núcleo trará diferentes características biográficas de personagens, como aqueles que mudaram de profissão, profissionais com ampla experiência que relatam suas dificuldades e desafios e as mulheres trabalhadoras do ramo.

Para as próximas etapas do projeto documental, serão analisados em maior detalhe alguns biografados entrevistados pela equipe de Sociologia do HFACTORS. Eles serão convidados a participar das filmagens. A continuidade da produção, conforme sinaliza o diretor e roteirista da obra, Hermílio Santos, deverá ocorrer no próximo ano, com filmagens no local de trabalho dos participantes.

HFACTORS avalia uso de vídeos como ferramenta para melhorar a segurança

Com respaldo da área de pesquisa da Sociologia Visual, o núcleo HFACTORS tem usado vídeos como ferramenta para contribuir com a segurança em indústrias, incluindo a de óleo e gás. Segundo a jornalista e pós-doutoranda em Ciências Sociais Kamila Almeida, esse recurso possibilita que as temáticas sobre o risco sejam trabalhadas de forma mais atrativa e educativa com os profissionais que lidam com o perigo diariamente.

Os materiais formulados por ela, sob orientação do professor, também integrante do HFACTORS, Hermílio Santos, trazem um retrato concreto de alguns aspectos do ambiente laboral. Os roteiros consideraram os resultados de uma pesquisa com trabalhadores e também de uma análise bibliográfica sobre o uso de tecnologia audiovisual. O trabalho ocorre em parceria com o Tecna.

Knowledge Moments

Alternando linguagem técnica e coloquial, os vídeos denominados Knowledge Moments são pensados para um público delimitado e contêm ideias, comportamentos e novas práticas. “O recurso audiovisual funciona como uma tradução e expansão das informações, atingindo o público-alvo de forma mais rápida e abrangente”, explica.

Os temas escolhidos para conduzir cada um dos três episódios dos Knowledge Moments foram aqueles que apareceram nos relatórios da pesquisa com trabalhadores como de maior necessidade de entendimento. Assim, o primeiro explica os conceitos que diferenciam erro humano e fatores humanos. Já o segundo e o terceiro exploram a abordagem de resiliência, incluindo exemplos de ambientes complexos como escolas, universidades, hospitais e a indústria de óleo e gás.

Com o auxílio da Sociologia Visual, a propagação dos conteúdos audiovisuais traz didática e concisão, gerando insights para o futuro, segundo Almeida. A utilização desses vídeos pode ser aplicada a outros sistemas complexos, como a área da saúde, construção civil e aviação.

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Pesquisadores do HFACTORS participam do CIKI

Com três artigos aprovados, os pesquisadores do HFACTORS participarão mais uma vez do Congresso Internacional de Conhecimento e Inovação (CIKI), que este ano ocorre em formato online.  O grupo deve compartilhar, nos dias 18 e 19 de novembro, alguns dos resultados de análises, além de ferramentas e estratégias desenvolvidas nos últimos anos.

Os pesquisadores Jaime Miranda Junior, Lídia Neumann Potrich e José Leomar Tedesco são os responsáveis pelo texto Classificação das abordagens de Fluxo de Conhecimento por domínio de aplicação: uma análise da literatura. Já o grupo que atua com Engenharia de Resiliência formado por Natália Jaeger Basso Werle, Francisco Schuster Rodrigues, Eder Henriqson e Rafael Trancoso irá apresentar o trabalho Uma perspectiva sobre investigações de acidentes na indústria de óleo e gás. Um terceiro artigo, Potenciais aplicabilidades de tecnologias digitais: um estudo sobre wearables na indústria de óleo e gás, foi escrito por Jane Lucia S. Santos, Maria Angelica Jung Marques, Denilson Sell e Heron Jader Trierveiler.

Sobre o evento

Com o tema “Sociedade Digital para o Desenvolvimento Sustentável”, o CIKI é um evento itinerante promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Já passou por diferentes países, como Espanha, Equador, Colômbia, México, Panamá, além do Brasil. A última edição presencial antes da pandemia ocorreu em 2019, na PUCRS, em Porto Alegre. Este ano a organização é do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento nas Organizações (PPGCO), da Universidade Cesumar (Unicesumar). 

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COP26: meta de redução de carbono nas indústrias

Dentre os debates da Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), realizada na Escócia até quinta-feira (11), está a redução de emissão de gases poluentes. A meta é eliminar o carbono até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e até 2040 para todos os demais.

O setor de óleo e gás, que é um dos estudados pelo núcleo HFACTORS, está entre os que precisam se adaptar. Nos últimos anos, a indústria tem investido em pesquisa nessa área para diminuir o impacto e também para aumentar a competitividade.

Captura e armazenamento de carbono

Doutora em Biologia, Rosana Halinski, que integra o HFACTORS, explica que a redução pode ser feita de inúmeras maneiras, como a captura e armazenamento de carbono. “Nas operações da indústria de óleo e gás, é possível ainda investir na eficiência energética, na redução de metano e na minimização de flaring”, explicou.

Outro recurso lembrado pela pesquisadora é o uso de energias renováveis e cogeração de eletricidade e calor. “A utilização de hidrogênio, estabelecendo uma cadeia de valor para a economia de baixo carbono é outra alternativa.” 

Pesquisa

O Brasil tem tradição na pesquisa relacionada à tecnologia de produção de petróleo e, nos últimos anos, tem valorizado as investigações relacionadas à sustentabilidade. A historiadora Naida Menezes, que é doutora em Sociologia e pesquisadora do HFACTORS, tem se dedicado ao estudo sobre esse mercado.

Ela identificou que o alto investimento em soluções tecnológicas e em capital intelectual é um fator que contribuiu para a exploração offshore desde a década de 1960. “Além disso, hoje favorece os projetos de superação dos limites geográficos em direção às águas ultra profundas”, concluiu. A meta do setor, portanto, é continuar explorando para atender ao mercado, mas cumprindo a meta ambiental.

Engenharia e Gestão do Conhecimento orientam estratégias nas organizações

Engenharia e Gestão do Conhecimento são duas áreas complementares que, no núcleo HFACTORS, atuam juntas. Ambas têm o objetivo de qualificar o trabalho de organizações por meio de ferramentas e conteúdo de diferentes disciplinas.

A Gestão do Conhecimento pode ser definida como o processo de criar, compartilhar, usar e gerenciar o conhecimento de uma organização.  É uma abordagem interdisciplinar que visa alcançar seus objetivos organizacionais por meio das melhores práticas do uso de informações. Assim, o principal foco é conectar as fontes de geração com as necessidades de aplicação do conhecimento.

Esse propósito é formado por quatro objetivos:

Capturar o conhecimento: criação de um centro para armazenar informações que possam ser resgatadas facilmente e em qualquer momento;

Melhorar o acesso ao conhecimento: facilitação de acesso e da transferência entre as pessoas;

Aprimorar o ambiente organizacional: incentivo ao compartilhamento do conhecimento entre as pessoas;

Valorizar o conhecimento disponível: incluir o capital intelectual nos balanços corporativos.

Focada em resolver as limitações culturais do desenvolvimento corporativo, a Engenharia do Conhecimento também atua com uma perspectiva interdisciplinar. Essa área está voltada para criar valor a partir da análise e identificação dos problemas relacionados à gestão e à criação e implementação de soluções para resolvê-los.

A Engenharia e Gestão do Conhecimento busca entender de que forma o fluxo da informação e do conhecimento ocorre, ajudando as equipes a terem melhor consciência do que vem acontecendo e as suas falhas, que podem causar algum tipo de variabilidade e pode afetar o desempenho da operação e produzir elementos de risco.

Desenvolvimento em Fatores Humanos

Reunindo os temas que emergem das pesquisas em sistemas complexos, a área de Desenvolvimento em Fatores Humanos tem o objetivo de estudar e implementar mudanças que contribuam para a qualificação do trabalho das organizações. Ao priorizar uma visão interdisciplinar, todas as áreas do conhecimento que compõem o núcleo HFACTORS participam das análises e da criação de soluções para o fortalecimento da cultura de segurança.

O trabalho ocorre de maneira integrada entre pesquisadores e representantes de organizações tanto para identificar o que precisa ser desenvolvido, como para desenhar modelos de intervenção. Atualmente, os esforços estão dedicados às áreas de Habilidades Não-técnicas, Resiliência, Fatores Humanos e Liderança.

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Professores do HFACTORS lançam livro sobre resiliência na Era Digital

Uso de tecnologias para melhorar a segurança no futuro é um dos temas do livro Resilience in a Digital Age: Global Challenges in Organisations and Society. A publicação da editora Springer reúne várias abordagens sobre o assunto trazidas por especialistas mundiais em resiliência. Como organizadores, a obra tem dois pesquisadores do HFACTORS, os professores Éder Henriqson e Paulo Maurício Selig, além da fundadora e presidente da Associação do Capital Intelectual, Florinda Matos.

A resiliência é tratada pelos três como a chave para o futuro. Já as pessoas, segundo eles, estão na base das transformações. O livro fornece ainda exemplos e estudos de caso sobre resiliência e novos modelos de negócios, além de destacar a importância de construir organizações resilientes para se adaptarem a eventos ou crises inesperadas.

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Oficinas interdisciplinares são fonte de aprendizagem e de inovação

A realização de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) envolvendo múltiplas disciplinas e áreas de conhecimento é algo desafiador e, ao mesmo tempo, apresenta várias possibilidades de aprendizagem e inovação. A coprodução de conhecimentos entre as várias equipes e áreas de conhecimento, por exemplo, é algo que pode ser promovida e facilitada por meio da utilização de diversas ferramentas e espaços colaborativos.

Dependendo da fase de execução de um projeto de P&D, esses espaços podem ser mecanismos para o compartilhamento de informações e conhecimentos entre disciplinas, discussão de problemas e construção de soluções a partir da conexão ou integração de abordagens teóricas, métodos e resultados de pesquisa.

HFACTORS


Desde a sua formação, o núcleo HFACTORS tem realizado várias atividades com essa proposta. Entre as ferramentas e espaços implementados para trabalhar em conjunto e reunir diferentes equipes, estão as Oficinas Interdisciplinares. Elas podem ter variados formatos e sua dinâmica, geralmente, é organizada segundo objetivos preestabelecidos pela coordenação.

Em agosto de 2021, ocorreu a Oficina Interdisciplinar que contou com a participação de quase 40 pesquisadores de diferentes equipes integrantes do HFACTORS. De forma online, os pesquisadores buscaram identificar pontos de integração dos resultados da pesquisa exploratória realizada entre 2020 e 2021 na indústria de óleo e gás no Brasil. Foram discutidos potenciais conexões de conhecimentos e identificaram formas de relacioná-los, visando possíveis aplicações em sistemas sociotécnicos complexos.

A atividade foi organizada em torno das seguintes temáticas: “fundamentos e princípios de fatores humanos”, “desenvolvimento de lideranças” e “fatores contribuintes para respostas resilientes”. A dinâmica da oficina aconteceu em três momentos. Inicialmente, cada temática foi apresentada por um pesquisador (bolsista de doutorado ou pós-doutorado) destacando os principais aspectos da análise realizada previamente por um grupo de trabalho interdisciplinar. Em um segundo momento, houve debates em pequenos grupos (uma sala para cada temática), onde os participantes tiveram oportunidade de manifestar sua opinião e agregar outras análises, de modo a gerar insights para as próximas agendas da pesquisa. Ao final, um representante de cada sala fez um relato para todos os participantes abrindo a oportunidade para comentários e sugestões.

Avaliação


Segundo o coordenador do HFACTORS, professor Eduardo Giugliani, a coprodução durante a oficina interdisciplinar consagra um momento importante de interdisciplinaridade. A avaliação, realizada por meio de um questionário respondido pelos participantes, apontou que os times conseguiram cumprir seus objetivos, mas a ampliação do tempo de discussão, por exemplo, foi apontada como uma demanda dos participantes e sugestão para próximas oficinas.

Segundo a doutora em Engenharia e Gestão de Conhecimento Jane Lucia S. Santos, que integra a coordenação do núcleo de pesquisa, a interdisciplinaridade é um processo de aprendizagem, que acontece de forma cíclica. “Devemos continuamente investir mais tempo, esforço e ferramentas, de modo que se torne orgânico e imbricado naturalmente nas nossas atividades”, disse. Neste sentido, o HFACTORS continua implementando e criando diversos espaços que promovam e facilitem a coprodução de conhecimentos entre equipes, disciplinas, áreas de pesquisa e, até mesmo, organizações.